O governo do Rio de Janeiro admitiu excessos na atuação da Polícia
Militar nos últimos protestos da capital. Segundo o secretário estadual
de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, alguns
agentes já foram afastados das funções por essa razão, e parte da
corporação - incluindo o Batalhão de Choque - deve passar por um curso
de capacitação em direitos humanos. Teixeira disse também que o uso de
armas não letais, como bombas de gás lacrimogêneo, gás de pimenta e
balas de borracha, passará a ser mais controlado. A PM reafirmou que os
casos comprovados serão punidos com rigor.
"Chegou-se à conclusão de que alguns procedimentos precisam ser
aperfeiçoados. Houve excessos no uso de gás (lacrimogêneo) e de outros
equipamentos não letais. Precisamos que o policial possa dosar e fazer
uso moderado da força. Junto com a Secretaria de Segurança, vamos criar
um grupo de trabalho que possa regular o comportamento desses policiais,
com normas de procedimento. Em 30 dias, estaremos anunciando a grade
curricular da capacitação", disse o secretário, na noite de
segunda-feira, na saída de uma reunião com o comandante da Polícia
Militar, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, o corregedor da PM, coronel
Waldir Soares, o diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil,
Átila Roque, além de representantes da Comissão de Direitos Humanos da
OAB-RJ, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da
República e de outros órgãos.
Mais protestos - O encontro foi realizado a uma semana
da Jornada Mundial da Juventude, que começa na próxima semana e para a
qual já estão programadas pelo menos duas novas manifestações. Mas um
evento no Facebook convoca, já para esta quarta-feira, outro protesto em
um local que já foi palco de um forte confronto com a polícia: o prédio
onde mora o governador Sérgio Cabral, no bairro do Leblon, Zona Sul.
Mais de 7.300 pessoas haviam confirmado presença até o início desta
tarde. Entre as reivindicações estão o pedido da instalação de CPIs que
investiguem os gastos da Copa e o uso do helicóptero do estado pela
família Cabral.
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